Milhões morreram em guerras.
Queimados. Famintos. Gaseados.
Crianças inocentes — olhos arregalados, que nem sequer tiveram chance de falar.
“Como um Deus totalmente bom pode permitir isso?”
Uma pergunta tão antiga quanto o tempo.
Eu costumava fechar os punhos e perguntar o mesmo.
Às vezes ainda pergunto.
Até que percebi:
amor não é controle.
E aqui está a verdade mais difícil:
Deus não causou esse mal.
Mas também não o impediu.
Não porque Ele não seja todo-poderoso.
Mas porque Ele limita o Seu poder — e o entrega a nós.
Porque amor forçado… não é amor.
A liberdade aterrorizante e sagrada de escolher.
A livre vontade de curar ou matar.
De construir — ou destruir.
Porque amor verdadeiro não pode existir sem escolha real.
Robôs não sabem amar.
Cada guerra, cada traição, cada vida inocente roubada — não foi a mão d’Ele que feriu.
Foi a nossa.
MAS AINDA ASSIM: Ele não ficou de longe.
Não se escondeu nas nuvens enquanto nos destruíamos.
Ele veio.
Vestiu-se de carne.
Caminhou entre os quebrados.
Tocou leprosos, chorou em sepulturas, segurou mãos morrendo.
Ele deixou o mundo fazer o pior com Ele.
Deus crucificado.
Despedaçado pelo mesmo mal que Ele veio redimir.
E quando Jesus estava pendurado ali — nu, rejeitado, sofrendo — Ele gritou:
“Meu Deus, por que me abandonaste?”
Do mesmo jeito que nós gritamos.
Deus absorveu o nosso pior naquela cruz.
Levando sobre Si o pecado, a injustiça, a dor que nós causamos —
e carregando tudo Ele mesmo.
Se Ele não tivesse feito isso,
seria você naquela cruz.
Então agora, quando eu pergunto:
“Onde estava Deus quando aquela criança morreu?”
Eu olho para uma cruz manchada de sangue e percebo:
Ele estava bem ali.
E mesmo que o mal ainda corra solto,
ele está com os dias contados.
Porque a história não termina no túmulo.
A ressurreição está chegando.
Um dia, a criança que morreu na guerra,
a que foi esmagada pelo câncer,
a garota que partiu cedo demais —
elas vão ressuscitar
E suas cicatrizes serão troféus.
E suas lágrimas serão enxugadas… para sempre.
Deus talvez não pare cada tragédia agora.
Mas Ele já fez o sacrifício supremo…
Ele entrou no mal, na dor e no sofrimento.
E abriu um caminho por dentro deles.